A maioria dos eleitores de três grandes capitais do país acha que haverá uma piora nos casos de Covid-19 no ano que vem. Pesquisa Datafolha feita nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife mostra ainda que a maior parte dos entrevistados é a favor do fechamento de serviços não essenciais se houver agravamento da pandemia.
O Datafolha ouviu 1.254 eleitores a partir de 16 anos na capital paulista, 1.064 na fluminense e 924 na capital pernambucana nos dias 17 e 18 de novembro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95% para todos os casos.
O maior grau de otimismo foi encontrado no Rio, onde 37% não acham que haverá piora nos casos de Covid-19, seguido por São Paulo (36%) e Recife (30%).
A avaliação de que haverá aumento de contaminados pelo novo coronavírus no ano que vem é predominante entre os eleitores mais jovens, alcançando maiores índices na faixa dos 16 aos 24 anos no Rio (66%) e em Recife (80%), e no grupo de 25 e 34 anos em São Paulo (68%).
Nas últimas duas semanas o país tem visto os casos de Covid-19 aumentarem após um período de queda. Em São Paulo, as taxas de internações em hospitais públicos e privados voltaram a subir e o governo congelou o agendamento de novas cirurgias eletivas e a desmobilização de leitos para tratamentos de coronavírus. No Rio de Janeiro, a média móvel de casos dobrou no estado nesta semana.
A maior adesão à medida foi identificada pelo Datafolha em Recife (74%), seguido do Rio (71%) e de São Paulo (69%). A opção é majoritária em todos extratos da pesquisa.
Já no caso de ações mais drásticas, como fechamentos de serviços não essenciais, a maioria dos entrevistados nas três capitais também se mostrou favorável.
O fechamento de lojas, bares e restaurantes foi apoiado por 66% dos eleitores em Recife, 65% no Rio e 61% em São Paulo.
De forma geral, essas medidas encontram maior apoio nas parcelas de eleitores mais jovens, com mais escolaridade e também com maior renda.
O fechamento de escolas em caso de aumento de contaminados por Covid-19 recebe adesão de um grupo ainda maior de eleitores. Os índices, puxados pelas mulheres, chegam a 72% no Rio, 70% em São Paulo e 69% em Recife.