Nesse modelo de manifestação, um grupo de carros anda junto pelas ruas, em baixa velocidade, tocando buzinas e cornetas e usando alto-falantes. Os veículos levam bandeiras, faixas e cavaletes com as mensagens que os ativistas defendem.
A tática faz com que grupos de poucas pessoas ocupem grandes áreas nas ruas. Uma fila de 40 carros gera um impacto visual bem mais forte, por demandar mais espaço, do que o de 40 pessoas marchando a pé, por exemplo.
Em uma cena que se espalhou pelas redes sociais no fim de semana, profissionais de saúde ficaram parados em uma rua de Denver, no Colorado, para bloquear a passagem de uma carreata a favor da reabertura do comércio.
Uma mulher, de dentro de uma picape, coloca o corpo para fora da janela e começa a gritar frases como "Terra dos livres! Vá para a China se você quer comunismo. Você pode ir trabalhar e eu não?" em direção a um funcionário com uniforme de hospital.
Já em Minessota, ativistas dirigiram até a casa do governador para pedir o contrário: que ele liberasse imigrantes presos, de modo a protegê-los da Covid-19.
Em Melbourne, na Austrália, manifestantes também protestaram pela libertação de imigrantes irregulares, que estavam confinados em um hotel. Ao menos 26 participantes foram multados pela polícia, por desrespeitar as regras de distanciamento social, segundo o site ABC, na segunda passada (13).
No Brasil, houve carreatas contra o isolamento social em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília no último fim de semana.
Outra questão é que, cada vez mais, os manifestantes estão mesclando os protestos nos carros com atos fora deles, o que gera aglomerações, situação que facilita a contaminação pelo coronavírus.
No entanto, travar o trânsito em meio à uma pandemia prejudica ainda mais o atendimento aos doentes. No sábado (18), por exemplo, manifestantes bloquearam o trânsito na avenida Rebouças, em São Paulo, ao lado do hospital das Clínicas. Isso dificultou a passagem de ambulâncias, bem como a circulação de médicos e enfermeiros a caminho do trabalho.